Depoimentos sobre Leitura e Escrita

Prof. Aurélio

Quando adolescente assinava a revista "Circulo do livro", com titulos de livros de variados gêneros.

Adotei este procedimento com meus filhos, incentivando-os a leitura desde pequenos, deu certo, hoje os quatro estão formados e encaminhados.

Na faculdade perguntei certa vez ao meu professor de Teologia, " as vezes eu prefiro a leitura de um bom livro a uma festa, isso é normal (as pessoas normais preferem as festas)? e ele me respondeu: - devemos fazer o que nos proporciona prazer, sem nos preocupar com o que os outros pensam, por isso, faça sempre o que você gosta e será mais feliz assim. Não sei bem o motivo, mas essas palavras me deram conforto e segurança, assim como os livros que leio. Procuro sempre incentivar meus alunos a leitura, tanto os adolescente do ensino regular (fundamental ) como os adultos do EJA.

Profª. Cida

Fui alfabetizada em escola rural. Na época a professora tinha duas turmas de diferentes níveis e mal dava conta de ensinar o necessário, meus pais só sabiam escrever o próprio nome, vim ter contato com livros quando já morava na cidade, isso com 13 anos. Mas a experiência foi ótima, a professora de Língua Portuguesa pediu para ler A Montanha Encantada e A Ilha Perdida da série Vaga Lume, foi quando me apaixonei. Uma adolescente que sempre morou no sítio, vivendo só aquele mundinho, de repente essa história maravilhosa, cheia de desafios e aventuras, foi muito bom e é inesquecível "Você fica imaginando os lugares, as situações, personagens, que ficam até íntimos" (Newton Mesquita). Hoje, com os horários malucos que temos, é difícil arrumar tempo para uma boa leitura, mas é preciso, necessitamos, somos educadores.

Prof. Alexandre

Apesar de ser da área das Exatas (Química, Matemática e Física), gosto muitíssimo de ler. Leio por prazer e tenho a consciência de que aprendo muito a cada nova leitura. Meus preferidos são os de suspense (Agatha Christie, Dan Brown e Sidiney Sheldon). Atualmente estou lendo a Coleção do "Brumas de Avalon", são 4 livros, estou no 2º.

Fico triste em saber que nossos jovens estão se interessando cada vez menos em leitura, por pura preguiça, poucos aprenderam a sentir o prazer pela leitura, nessa era tecnológica eles têm a informação muito pronta e mastigada. Talvez uma boa saída seja incentivarmos as leituras digitais, hoje em dia temos a maioria dos livros já digitalizados para leitura direto pelo computador. Eu particularmente não gosto, mas quem sabe assim alguns jovens comecem a gostar um pouco mais.

Profª. Alessandra
Lendo o fórum comecei a relembrar o que marcou minha vida escolar, no sentido de leitura e escrita. Nunca tive dificuldades na escola, desde o primário, parece que tudo que o professor passava eu já sabia.Aí veio a 5ª série e comecei a ter dificuldades com geografia,história e ciências, pois tudo tinha que ser decorado e eu não tinha facilidade com isso. Mas a pior parte, e mais traumatizante, foi na 7ªsérie. Tínhamos que ler um livro e expor o resumo deste para a sala. Eu era tímida, não sabia fazer resumo, e fui a segunda a ser sorteada na sala. Demorei tanto para expor que virei piada na sala. A professora então falava: "vai demorar muito ainda?" "Termina logo menina" " nao entendeu que era para fazer resumo do livro?" e além de tudo bocejava na minha cara para tirar sarro. Nossa, passei a odiar leitura e interpretação. Mas depois dessa má profissional, fiz magistério e voltei a gostar de leitura e escrita, principalmente literatura.

CIBELE SIMON PERES

Quando fui alfabetizada,tomei gosto pela leitura e o que me incentivou foi a revista Cruzeirinho e os gibis.O meu gibi preferido era do tio Patinhas com a Maga Patológica.

Já com redação eu tive dificuldade, quando colavam uma gravura na lousa, para ser desenvolvida uma estória.Uma coisa eu sei,quanto mais se lê,melhor e mais rico será o vocabulário e terá facilidade em expressar sentimentos através da escrita.

 ARLEI FERNANDES DE ARAUJO

Me considero verdadeiramente um leitor desde o final de minha adolescência. Inicialmente os autores brasileiros clássicos tentaram me fazer desistir de ser leitor com suas obras de linguagem arcaica e muitas vezes desinteressante. Mas não me rendi, não me dei por vencido e quando menos percebi, lá estava eu, devorando antropofagicamente meus autores preferidos. De Steinbeck a Melville, passando por Marion Zimmer Bradley e Henri Charriere, li tudo que passou por mim e me interessou. Gabriel Garcia Marques tem seu cantinho cativo também. "A Rua das Ilusões Perdidas" de John Steinbeck é meu livro preferido, mas Marion Zimmer Bradley é minha autora predileta com a saga Avalon. No Brasileiro, "Dom Casmurro" é o melhor, devo reconhecer, apesar da linguagem difícil de Machado de Assis. Moby Dicky foi o livro que mais demorei para ler, pois sua linguagem era muito difícil, porém consegui claramente me ver em um navio pesqueiro e aprendi a dessecar uma baleia como ninguém, ainda que eu não vá utilizar estas informações para nada, mas consigo entender sua importância para aquele momento histórico e cultural. Dos autores contemporâneos, "A menina que roubava livros" me fez chorar copiosamente, como uma criança, mas me trouxe emoções até mesmo esquecidas, endurecidas pela estúpida necessidade cultural de ser racional e adulto todo o tempo. Às favas com esse raciocínio, na primeira oportunidade que tiver, lerei este livro novamente. Atualmente, estou terminando de reler "Cem anos de solidão", de Gabriel Garcia Marques. Maravilhoso!!! Abraço à todos.